domingo, 5 de junho de 2011

Ventura

Só. É de silêncio que a casa se contém.
Minha morada fica parte lá com os olhinhos que dizem tanto de mim.
E parte fica assim- toda silêncio, sol por dentro, vento gelado a provar a vida de sim.
Sim para os acordos possíveis.
Sim para as mortes necessárias.
Sim para os abismos que habito com medo e ventura.
Sim às palavras que me vêm com a música.
Yo soy mujer de nadie.
Ninguém escuta o silêncio do fio.
A trama persegue Odisseu e, Penélopes, lançamo-nos ao Mar.-
meu mar de silêncio profundo
Quase desmaio no pensamento marítimo que me carrega até o cheiro do náufrago.
Volto capaz às superfícies de ar e melodia. Sigo para o sol para que me queime a pele antiga, para que circule o sangue, para que sare a vertigem.
Dou de presente pra mim um texto de violão que ressoa o silêncio e faz dança no corpo.
Quando estou só, palavras são para dançar.

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