terça-feira, 23 de dezembro de 2008

O aprumo do rio é o mar

Como eu,
sabe que cada pequeno detalhe importa nesses momentos.
a cor da luz
o lugar onde se deita
a fluência de pele em pele
as palavras que vão de um pra outro em silêncio
de tão verdade, transitam livremente nas profundezas de um e de outro sem passar pela consiência, assim que não se pode repetir, não se pode lembrar, não se pode esquecer.
a música eu não conhecia, nem cantor
mas, como tudo relacionado a seus assuntos, pingou-me nos ouvidos dia desses.
então lembrei-me já perto do natal que esqueci seu aniversário! e assim, alívio, pude desfazer o presente que te dei ano passado.
quanto ao primeiro presente, aquele que te dei na areia, já soube que foi desfeito também.
foi uma flor que me contou: pulou da margem do rio onde mora, seguiu seu leito e, finalmente, afundou no mar. quando a vi, já estava azul, trazendo não as pedrinhas que se demoravam pelo caminho, mas a essência de cada uma delas. devolveu-me tudo que espalhei por aí, para que eu ficasse sempre-viva.
e assim vou em marés.