quinta-feira, 3 de junho de 2010

Suave


Suave...
Para não haver ponto final, mas reticências...
Para que as vírgulas imendem sutilmente as ideias
Para que o piscar seja breve respiro para o aprofundar da visão
Para que a luz revele contornos e cores sem ofuscar
Para passaer às margens
Para deixar a marola lamber os pés tão breve quanto o sol irá aquecê-los
Para ouvir sem interpretar, mas receber o outro apenas
Para perceber a diferença sem fazer oposição
Para dançar conforme a melodia e não o ritmo
O ritmo já vive pulsando internamente, sempre vivo, hora frio, hora quente
E sempre vivo
Suave para manter, para seguir sem rasgar
Suave para erguer a cabeça sem enfrentar, mas estar presente
Suave agora quando o caminho fica tortuoso demais e mostra a beira da estrada
Seguir pela beira, então, deixando as pernas fortes e preparadas para chegar às curvas e percêbe-las e saber pisá-las... suavemente