domingo, 27 de novembro de 2011

Rede de nós


É bom dar um tempo. Essa pausa para olhar as meninas e curtir um samba, tipo praia.
Da correria se escapa em poesia e o que vai por dentro e a faz brotar não precisa mesmo ser compreendido pelo leitor.
Engraçado saber que até quem já te conheceu bem, hoje te lê e nada sabe.
Louco pensar que há pouco alguém te lia no desejo de te conhecer mais e mais e de repente não lê mais, porque parou de desejar.
Acalma saber que a vida corre em ciclos, por mais chavão que seja – e é, mas fazer o quê? Vive-se assim e boa.
As histórias variadas se parecem tanto, personagens que assumimos de eus tão iguais. A vida é mesmo teatro_ e que desejo de público... Fazer dos sentimentos personagem de um reality, fazer dos pensamentos objeto de enquetes.
Privacidade mesmo é o sono profundo daquilo que não revelamos nem para nós mesmos.
Agora mesmo, quando já não sou tão antiga e prefiro dormir pouco a perder a música severina, sinto o amor por amar_ esse amar é múltiplo, cheio de cores e sons, uns bem novos, outros muito perenes, mas todos cabendo bem.
A própria história e as tantas outras que assistimos e esbarramos.
Quanto menos eu, mais nós. Quanto mais nós, mais eu.
Rede de histórias a crescer humanidade.
Se não tenho nós, não escapo e naufrago.
Mesmo sendo tão marítima, hoje prefiro voar.


domingo, 20 de novembro de 2011

Severino


De repente e de novo.
É de calmaria que passa o dia. Chega a noite, quente que vem, a cidade muda a gente, dormimos aos saltos. Voo de pássaros sem asas. Primeiro vem a visão, só depois a ciência do que é (ou acha que é).

A quentura começa na face que se entrega pedinte. E se espalha por todo corpo quando vai deixando de ser um só.



Agora, já o medo desse desejo Severino.