segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Pássaro


Minha mão, como borboleta, pousa em seu ombro quente
A pele se abre em acorde menor e é bem harmônico nosso encontro
Ele sobe intenso até o topo mais alto dos meus segredos
Apresenta suas asas abertas tão amantes da liberdade
E, generoso, voa cuidadoso ao meu redor
Sinto o vento, escuto o vento e vou nessa dança
Procuro minhas águas e não desgarro de mim
Assim mergulho firme e solto bem o corpo ao cair dentro de suas asas
Queda de bêbado
Embriaguez de olhos claros e molhados e pele molhada
Tenho um pássaro secreto
Seu canto é um sussurro efêmero que só ouço com olhos bem fechados pro mundo
Quando ele canta, sou só dele
Fico amarrada em suas asas, meio adormecida
Sonhando viva com o dia fora do tempo
E toda a vida escorre pela pele
E desse sal de calor depois de tanto voar
Volto clara para o fundo do mar
Sempre que o pássaro voa embora
Volto clara para o fundo do mar
Azul, intenso, profundo e agitado
Ele no céu e eu no fundo do mar

Nenhum comentário: