A gente se vê e sabe algumas coisas.
Não é preciso se conhecer nos dias rasteiros da vida para chegar no chão do outro.
O chão do sentimento!
As pessoas podem vir embaladas por melodias que serão sempre uma via de ativar sua vida em mim.
Sei algumas músicas em comum e isso basta.
Sei também da Lua em comum. Sei também que ao afastar estamos juntos.
Sei do que se entrega, do que se deixa e sei do que fica parado na garganta querendo o mergulho na pausa eterna do tempo.
Sei que há encontros fora do tempo e cheios de espaço quente e fluido.
Sei que a cor azul fica inundada de vermelho se está entre as pernas.
Sei que há infinidade de cores quando estamos entre olhares.
Sei de uma saudade da rotina que não vivi ao lado dessa fotografia.
Sei criar e recriar realidade que já não é mais e ainda repica nesse meu azul.
Sei que há plenitude em diversidade de sentimentos e pessoas, nada mais ou menos, e todas minhas e boas.
Sei que escrever alivia a vontade de tocar.
Mas sei também que escrevendo e contando que escrevo deixo escapar essa vontade - que foi de aumentar - desde a última vez.
É possível, então, que agora mesmo eu use de magia das ancestrais e vá até a beira do seu ouvido suspirar que tem praia por aí capaz de acolher e esconder dois que se aventuram por fora da vida.
É possível, missão cumprida, que eu me perca um pouco pelo que tem perto do ouvido e não consiga voltar. A pele.
Há outras vidas em mim. Vive-se diversas, jeitos diversos. Há o que não pára de gritar manso. Há o que vive pulsando guardado. Há evolução na escrita, até chegar no chão do sentimento.
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