Já comentaram certa vez que os vivos
respiram.
E disseram até mais, que sem respirar os
vivos não sobrevivem.
Mas para aqueles que já nem vivos nem
sobrevivos, para aqueles que são locomotiva de aço em peito inchado de
urgência, respirar é tarde demais, lento, chato.
Os trilhos brilham raivosos à frente
sol a pino
reluzem de calor fumegante a espera do toque
desapercebido da mão que anseia pela febre.
E ela entra pelos dedos, a febre sobe como
locomotiva pelas veias, braço ombro pescoço percepção ocular espirra pelo nariz
e bate no peito feito arrebentação marítima de tsunami.
Ah aquelas músicas que ouvia tanto perto do
continente... como me voltam ao ouvido quando respirava feito sobreviva.
As lembranças não são passado guardado. As lembranças
são nossas releituras de vida atual.
Assim como trem de descaminho, me atropela e
me recupera em estilo ”very best” Jethro Tull.
Salva. Quase como se estivesse com a ponta do
pé equilibrada em beira de continente.
E acho que estou!
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