terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

yemanjá

ampulheta virou e areia a escorrer
vai preenchendo os tempos da memória
vai formando a praia da história
claridade vem da lua plena
luz de seda escorrendo entre os dedos
lavando universo que pulsa nos corpos
mulheres recebem marés
líquidos movimentam vidas femininas
as crianças vêm pelas águas
os amores em pérolas perdidas na areia
do encontro salgado com mar
vida explode em divindade
corpo dilata, olho arde
pele reluz, sexo se agita
grande mãe nos recebe em onda
minha mãe yemanjá, odoyá
trago a vida nas marés dos meus tempos
trago ela na lembrança do colar que perdi
trago olhar boiando em lua cheia
trago olhos cheios de sal em gotas
trago do mar, será redenção
festa no mar, em mim, sua canção

Um comentário:

Unknown disse...

Lindo!!!!!!!!
Fico sempre emocionado quando se evoca a mulher como um fenômeno da natureza, a que traz pro mundo o outro pelas águas de nossa mãe Iemanjá.
Bjs...
Os