quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

sempre essa Linda



raros são os momentos que a tenho assim.
mas de tão intensos, duram meses e meses.
até que outro encontro aconteça.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

02 de janeiro de 1993

Janeiro. Mês de férias.
Estou, como sempre, em Águas da Prata. A minha pequena cidade.
Aqui todas as ruas são minhas, também as árvores com seus perfumes. Todos os jardins de todas as casas também são meus. A linha do trem, a padaria da Dete, o Hotel Ideal, a piscina do clube, o bosque e até o cristo.
Mas o lugar que é mais meu de todos é a pracinha com sua fonte luminosa.
A pracinha, além de estar no centro da cidade, fica bem na frente da casa do Gordo e mesmo depois de tantos anos sem vê-lo, sei de cor a sua voz, seu olhar, seu sorriso e as músicas desafinadas de seu violão.
Passamos noites e noites na pracinha. E quando a piscina estava fechada, ficávamos por ali durante o dia também.
Nosso primeiro e único beijo não foi na praça, nem na piscina do clube onde nos conhecemos, mas na piscina da casa da Laura.
Conseguimos uma solidão de eternos 15 ou 20 minutos, quando finalmente pudemos silenciar.
Nessa tarde, deixei de ser princesa e o Gordo passou a ser meu eterno namorado.
Depois de 15 anos, passei em frente a sua casa: apenas silêncio.
A pracinha foi reformada e o palco vazio montado num calçadão que antes não existia, revela uma animada festa de rua no Reveillon.
Hoje, depois de tantos anos, estive novamente em São João da Boa Vista. Fui de carro com minha mãe e Cynthia; mas dessa vez minha irmã dirigia, a mãe ao lado e eu atrás, olhando pela janela e procurando como criança reconhecer os lugares onde passei os melhores dias da minha infância e adolescência.
Da última vez, quem dirigia era minha mãe, eu ao lado e Cynthia atrás.
O cafuné doído que ela fazia em minha cabeça durou o trajeto completo de São Paulo a São João.
Essa viagem foi bem curtinha, durou apenas aquele dia, e não chegamos até a Prata como de costume.
Fomos direto para o cemitério de São João da Boa Vista para o velório do meu namorado.
Bem que ele me avisou que assim que completasse 18 anos iria pra longe.